''Se quiser que eu veja algo, não me aponte, faça a ponte..!''

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Rio+20: ONU usa projeto de acessibilidade do Brasil como parâmetro para futuros eventos


Projetar e reorganizar espaços públicos com mais segurança e adequados para a utilização de todo o público – esse é o conceito básico da acessibilidade. Pensando nisso, o Comitê Nacional de Organização da Rio+20 (CNO) não mediu esforços para que a Conferência aconteça de forma mais participativa e inclusiva. A partir do projeto redigido pelo Brasil, a ONU passará a adotar novos parâmetros de acessibilidade em suas futuras conferências.







Segundo o secretário nacional do CNO, Laudemar Aguiar, o Brasil têm, aproximadamente, 45 milhões de pessoas com algum graude deficiência, o que representa 23,9% da população brasileira. 

Entre as medidas adotadas para garantir a participação e inclusão de todos na Conferência estão: 
  • Legendas em tempo real em português e inglês durante os debates;
  • Áudiodescrição e interpretação em Língua de Sinais (Libras e Sinais Internacionais);
  • Impressoras em Braile, sob demanda;
  • Atendimento especializado para pessoas com deficiência;
  • Voluntários com conhecimento de Libras;
  • Transporte coletivo, como ônibus e metrô adaptados;
  • Plano de sinalização com piso tátil para alertar deficientes visuais e com baixa visão de obstáculos existentes.
Na web também foram adotadas medidas de acessibilidade. O site da Rio+20 foi desenvolvido seguindo as diretrizes mais modernas, com o uso do sistema eMAG-3 que auxilia a navegação de deficientes visuais e auditivo.
Comitê Nacional de Organização da Rio+20, com apoio dos Governo Federal e Estadual do Rio de Janeiro, acredita que as medidas de acessibilidades contribuirão para a ampla participação da população. A ideia é que, no futuro, a acessibilidade remova obstáculos logísticos e operacionais para que os indivíduos participem plenamente das conferências internacionais.
“Que essa mobilização sirva como uma campanha educativa. A ideia é que daqui a cinco anos não seja necessário explicar o que é acessibilidade, pois ela já fará parte de nós”, disse Laudemar Aguiar.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Aplicativo para celular desenvolvido na USP guia deficientes visuais por GPS

Três alunos do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP desenvolveram o aplicativo para celulares Smart Audio City Guide, que ajuda deficientes visuais a se locomoverem pela cidade. O trabalho rendeu aos estudantes Renata Claro, Gabriel Reganati e Thiago Silva, do último ano em Bacharelado em Ciência da Computação, o terceiro lugar na Imagine Cup, um concurso de inovação promovido pela Microsoft.
O Smart Audio City Guide é um sistema que utiliza informações geolocalizadas e GPS, sendo alimentado por qualquer usuário da rede, de maneira colaborativa. Qualquer um que possua o aplicativo pode enviar e receber informações sobre determinadas localidades, que são transmitidas na forma de áudio. Por exemplo, pode-se enviar a informação " aqui há um orelhão" para o sistema, que registra a localidade. Na próxima vez que um usuário do aplicativo estiver passando pelo mesmo local, ele recebe a informação enviada anteriormente. O usuário também pode receber as informações ao tocar a tela do aparelho em qualquer ponto. Veja aqui um vídeo demonstrativo do aplicativo.
MicrosoftBrasil
Imagine Cup 2012 - Categoria Software - Equipe Wonders
O projeto, que começou a ser desenvolvido em novembro de 2011, foi orientado pelo professor Marco Aurélio Gerosa, do IME, e também recebeu a colaboração do professor Artur Rozestraten, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), que alertou para a dificuldade de mobilidade urbana no grupo de deficientes visuais e sugeriu o desenvolvimento de sistemas móveis conjugando informações em áudio georeferenciadas. O aplicativo é gratuito para os usuários, que só precisam baixá-lo em seu aparelho. Por causa da competição, promovida pela Microsoft, o Smart Audio City Guide foi desenvolvido para Windows Phone, mas está sendo aperfeiçoado para ficar mais acessível e para que seja disponibilizado em outros aparelhos.
Segundo Gabriel Reganati, um dos membros da equipe Wonders, o sistema ainda precisa ser aprimorado. Thiago Silva, também da equipe, conta que o sistema já funciona, mas hoje possui um servidor limitado. Desse modo, um maior número de usuários poderia sobrecarregá-lo e ele sairia do ar. Por causa disso, os estudantes estão aperfeiçoando o aplicativo e pretendem colocá-lo para download até o fim do ano. Os idealizadores do Smart Audio City Guide pensam em financiar o projeto com incentivo de empresas vinculadas a ONGs da área, além da publicidade por meio da informação (isto é, poderiam recomendar estabelecimentos mais acessíveis para o público-alvo do aplicativo).
Imagine Cup
Das 81 equipes do Brasil inscritas no concurso, cinco se classificaram para a final, que aconteceu em Brasília, no dia 3 de maio. Os estudantes do IME contam que não esperavam ficar entre os finalistas, inclusive por causa do pouco tempo desenvolvendo seu projeto. Para Reganati, " a premiação foi um reconhecimento enorme do nosso trabalho, pudemos conhecer muita gente" . Renata Claro concorda: " Tivemos um crescimento profissional muito grande por causa do prêmio. Além disso, o concurso nos deu uma boa visibilidade. Ficamos muito felizes, porque todos os projetos eram muito bons" , diz.